sábado, 14 de junho de 2008

Jamelão

Morreu na madrugada deste sábado (14) Jamelão, intérprete e presidente de honra da escola de samba Estação Primeira de Mangueira.

Jamelão tinha 95 anos e estava internado na Clínica Pinheiro Machado, no Rio de Janeiro, desde a última quinta-feira. Segundo nota da assessoria da Mangueira, o falecimento ocorreu às 4h da manhã por infecção grave.

José Bispo dos Santos, conhecido como Jamelão, nasceu em 12 de maio de 1913. Menino no morro da Mangueira, conviveu com os fundadores e os primeiros componentes da escola. Conheceu ainda na infância os primeiros componentes da Mangueira, e integrou a bateria da escola tocando tamborim. Logo aprendeu cavaquinho e passou a cantar em gafieiras, influenciado principalmente pelo estilo de Cyro Monteiro. Em 1945 participou do programa "Calouros em Desfile", comandado por Ary Barroso, interpretando "Ai, que Saudades da Amélia", de Ataulfo Alves e Mário Lago. A partir daí conseguiu trabalhos no rádio e em boates, participando também como crooner da Orquestra Tabajara de Severino Araújo, com quem excursionou à Europa. Consagrou-se principalmente como cantor de samba, emplacando sucessos como "Fechei a Porta" (Sebastião Motta/ Ferreira dos Santos), "Leviana" (Zé Kéti), "Folha Morta" (Ary Barroso), "Não Põe a Mão" (P.S. Mutt/ A. Canegal/ B. Moreira), "Matriz ou Filial" (Lúcio Cardim), "Exaltação à Mangueira" (Enéas Brites/ Aluisio da Costa), "Eu Agora Sou Feliz" ( com Mestre Gato), "O Samba É Bom Assim" (Norival Reis/ Helio Nascimento) e "Quem Samba Fica" (com Tião Motorista). Nos anos 50 começou a atuar como puxador de samba-enredo para a Estação Primeira de Mangueira, tornando-se uma referência obrigatória no gênero. É o maior intérprete dos sambas-canções doloridos de Lupicínio Rodrigues - seu cantor preferido e com manteve estrita amizade, como em "Esses Moços", "Ela Disse-me Assim", "Torre de Babel", "Quem Há de Dizer", "Sozinha" e "Exemplo". Gravou dois LPs dedicados à obra do compositor gaúcho, acompanhado pela Orquestra Tabajara do maestro Severino Araújo: "Jamelão Interpreta Lupicínio Rodrigues" (1972) e "Recantando Mágoas - A Dor e Eu" (1987). Outro de seus álbuns igualmente importante é "Aqui Mora o Ritmo", com arranjos dos maestros Nelsinho, Astor e Guio de Morais, lançado pela Continental em 1962.














Um comentário:

Anônimo disse...

belissima homenagem ao Jamelão. Eu sempre fui fãzona dele a acho sua morte super lamentável.A mangueira não será nunca mais a mesma sem a voz dele.