quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Toquinho e Vinicius (1971)

Segundo disco da dupla em um encontro certeiro, onde a musicalidade de Toquinho se aliou a poesia de Vinicius já visualizado na arte da capa. Toquinho e Vinicius (RGE, 1971) é um álbum de sambas maravilhosos, de grandes composições com produção do próprio Toquinho, arranjos do maestro Briamonte e acompanhamento do Trio Mocotó. O disco abre com "Essa Menina" e segue no mesmo ritmo com "Maria Vai Com As Outras", uma receita para se viver bem em "Testamento", a procura da felicidade em "Terra Prometida", as extraordinárias "Sei Lá...A Vida Tem Sempre Razão" e "O Velho e a Flor", cantam o amor em "Morena Flor" e em "Rosa Desfolhada" e a fé afro em "Canto de Oxum", sem deixar de esquecer de "Blues Para Emmett", são as canções que destaco deste fundamental registro.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Paulo Diniz - E Agora José (1973)

O pernambucano Paulo Diniz é um dos grandes nomes que fizeram a ponte entre a black music e as raízes brasileiras, no seu caso o coco e o samba. No álbum E Agora José (Odeon, 1973) ele musicou o poema "E Agora José" de Carlos Drummond de Andrade, recebeu uma carta elogiosa do poeta que não conseguia mais ler o poema sem cantar a música. A maioria das composições são de sua autoria em parceria com Odibar, com destaques para "Bahia Comigo", "Gosto Aborrecido", "Rasgo Seda A Bessa", "Miradouro" - com a temática interiorana e a balada soul "Pés Descalços", e de Luis Vagner gravou a romântica "Como?". Neste disco a banda de apoio foi formada por Dom Salvador (piano e órgão), Marcelo e Frederiko (guitarra), Luis Carlos e Paulo Diniz (violão), Helinho (viola), Marcelo e Hurgo (baixo), Lula Sorriso (bateria) e como assistente de produção Adelzon Alves, que também escreveu o texto da contracapa deste bom LP.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Célia (1972)

A cantora Célia, desde cedo se interessou por música, na adolescência estudou violão e depois por volta de 1970 se lançou como vocalista no programa "Um Instante Maestro" de Flávio Cavalcanti, obtendo prestígio para logo no ano seguinte registrar seu primeiro LP. Já o seu segundo trabalho intitulado Célia (Continental, 1972) apresentou como arranjador e regente, o maestro Arthur Verocai, que assina juntamente com Vítor Martins, a arrebatadora faixa na "Boca do Sol" - sampleada na original pelo rapper Ludacris, brilham também duas composições de Roberto e Erasmo - que por curiosidade, escreve um divertido texto no encarte do álbum, a suingada "A Hora É Essa" e o standard "Detalhes", outros nomes presentes são os irmãos Valle com "Dominus Tecum", Luiz Carlos Sá e Zé Rodrix com "Vida de Artista", os mestres Tom e Vinicius com "É Preciso Dizer Adeus", destaque para a bela música cantada em espanhol "Mia" de Armando Manzanero e o samba "Badalação (Bahia Volume 2)" de Nonato Buzar, Tom e Dito. Um trabalho consistente, com arranjos de cordas e sopros que emolduram e valorizam a admirável voz de Célia.