segunda-feira, 25 de maio de 2009

Os Cobras (1960)

Waltel Branco (guitarra), Paulinho Baterista (bateria), Moacyr Silva (sax), Edmundo Maciel (trombone), Julinho Barbosa (piston) e o israelense Chaim Lewak (piano), citado por Wilson Simonal em depoimento ao escritor Zuza Homem de Mello para seu livro Eis Aqui os Bossa Nova, como fundamental em sua carreira pelo seu estilo eclético nas teclas. Com este time respeitável, todos músicos tarimbados da noite, das boates e dos inferninhos e com a autoridade de tocar sambas, boleros, jazz e fox com incrível destreza. Neste álbum Os Cobras (Beverly, 1960), por eles registrado, se sente esta essência noturna, cada uma das composições apresentadas se tem um deles como solista e os destaques ficam por conta das canções com sabor brasileiro como: “É Bom Assim”, “Cheiro de Saudade”, “A Flor do Amor”, “Menina Feia” e “Do Jeito Que A Gente Quer”, mas não se castigue e deguste sem medo dos foxes “Love Me Or Leave Me” ou “Athena” com aquela textura jazzística ou então do bolero “Doce Melancolia”.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Os Originais do Samba - É Preciso Cantar (1973)

Álbum essencial da vasta discografia do grupo, É Preciso Cantar (RCA Victor, 1973) conta com sambas famosos, que até hoje tocam nas festas como “Falador Passa Mal”, que manda o recado: “Se você sair por aí e não conseguiu arranjar alguém / deixe que alguém saia por aí e consiga arranjar você” e “Saudosa Maloca”, com o carimbo dos Originais, mais as homenagens na bonita “Ao Velho Poeta Pixinguinha” e “Os Sucessos de Erasmo e Roberto Carlos”, ao Carnaval na melancólica “Última Folia” e “Carnaval”, as musas em “Mulher”, “É Preciso Cantar” e “Ilusão Maior”, das lembranças da vovó no tempo do cativeiro em “Casca de Côco” e também aos ritmos nordestinos em “Frevo do Saberê”. O conjunto no seu auge com sua formação original que tinha Mussum (reco-reco), Bigode (pandeiro), Bidi (cuíca), Chiquinho (ganzá), Lelei (tamborim) e Rubão (surdo), apresentando uma intensa sonoridade percussiva e um talento para balançar estruturas. Na ficha técnica, arranjos e regências de W. Mauro, Messias, Ted Moreno, Elcio Alvarez e Wilson Miranda, que ainda assina a coordenação artística e direção de estúdio.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Moreira da Silva - Mo"Ringo"Eira (1970)

Mestre do samba de breque, 98 anos de vida, nasceu no Rio de Janeiro em 1902 e morreu em 2000. Percorreu as rodas de malandragem e os cabarés da Lapa dos anos 30/ 40, mesmo época em que começou a sua carreira musical, encarnando o espírito e a imagem dos malandros com chapéu Panamá, sapato bicolor e terno branco, adotou o apelido de Kid Morengueira e como diferencial, adicionou falas improvisadas entre os breques dos seus sambas. Durante os anos 50 e começo dos 60, obteve sucesso e gravou inúmeros discos pelo selo Odeon. O álbum Mo”Ringo”Eira (Phonodisc/Continental, 1970) foi lançado já em uma fase onde o cantor enfrentava a concorrência dos cantores cabeludos e reclamava da falta de oportunidades para aparecer em programas de rádio e TV como afirma em depoimento ao Museu da Imagem e do Som em 1967: "O sucesso corre como água de regato. Às vezes pára um pouco, faz aquele remanso, mas a onda vem de novo". Sem perder o fôlego, neste LP continuam suas histórias fantásticas que envolvem a malandragem: “O Conto da Mala”, “Rebocador Laurindo”, “Moreira na Ópera” e “Paraíso de Malandro”, futebol em “Fera de Ouro” – homenagem ao jogador Tostão e ao tri-campeonato mundial do Brasil, as sogras em “Carne Prá Lingüiça”, mulheres em “Garota Genial” e “Vou Cassar Seu Mandato”, a hilária “O Sequestro de Ringo” de Miguel Gustavo, inspirado nos filmes de bang-bang italianos e uma regravação do seu clássico “Na Subida do Morro”. Destaque para os arranjos de base e de metais, o samba de bateria, a utilização de flautas, órgão, coro feminino e dos solos de trombone.