quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Tamba 4 - We and The Sea (1968)

Álbum de estréia da Tamba como quarteto, We & The Sea (CTI, 1968) que foi gravado e lançado originalmente nos mercado americano, nada mais é do que a canção de Bôscoli e Menescal "Nós e o Mar", outras canções deste belo disco são de autoria de Tom e Vinicius em "O Morro", os afro-sambas de Baden e do poetinha em três momentos, "Iemanjá", "Canto de Ossanha" e "Consolação", mais "Moça Flor" de Durval Ferreira e Luis Fernando Freire e "Dolphin" - composição do pianista Luiz Eça, que compõe o conjunto com Bebeto na flauta, Dorio Ferreira no baixo e Ohana na bateria. Um disco de jazz com levada de samba, elegante e altamente recomendável, com a arte da capa assinada por Pete Turner e Sam Antupit. Este é o último post de 2008 e me despeço agradecendo à todos que visitam o blog e desejando um ótimo final de ano, em 2009 estou de volta. Valeu!!!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Osmar Milito - Nem Paletó, Nem Gravata (1973)

O pianista, arranjador e compositor Osmar Milito registrou o álbum Nem Paletó, Nem Gravata (Continental ,1973) com muito suingue sambalanço, tem Jorge Ben em "Quem Mandou (Pé Na Tábua)" e "Morre o Burro, Fica O Homem", Toquinho e Vinicíus com "Regra Três", Chico Buarque em "Bom Conselho", Ary Barroso na marcha "Eu Dei", Marcos e Paulo Sérgio Valle em "Nem Paletó, Nem Gravata", também presentes compositores como Reginaldo Bessa e Nei Lopes com "Tem Dendê", César Costa Filho e Walter Quéiroz com duas belas músicas "A Briga" e "Dose Prá Leão", Antônio Carlos e Jocafi com "Minhas Razões" - que tem participação de Márcio Lott e prá fechar com chave com ouro, o clássico "Chiclete Com Banana" de Gordurinha e Almira Castilho eternizado por Jackson do Pandeiro. Os arranjos, regências e pianos são de Osmar Milito, que acompanhado de Dario na guitarra e violão, Tião no baixo, Paulinho Batera na bateria, Hermes e Ariovaldo na percussão e ritmo, Wanderley na flauta e sax-alto, Wanderley no piston e o Quarteto Number One nos vocais, gravaram com muita competência este excelente e mítico disco.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Eumir Deodato - Percepção (1972)

Um raro disco do maestro Eumir Deodato, Percepção (Odeon, 1972), é um dos seus álbuns menos comentados, não possui ficha técnica, o que fatalmente reduz as informações sobre essse LP que aparentemente foi lançando apenas no Brasil, com reedição em cd em 2003, e a capa me lembra aqueles discos do Billy Vaughn ou das coletâneas de sucessos em bolero dos anos 70, pela foto deste lago bucólico, mas o considero como um de seus melhores trabalhos. Sublimes arranjos de cordas e metais em uma mistura de jazz, grooves e "easy-listening" nas oito composições do disco, que destaco todas, pela beleza que cada uma possui, mas músicas como a maravilhosa "Bebê" - de Hermeto Pascoal, "A Grande Caçada", "Serendipity", "Dia de Verão" - que está como "Spirit Of Summer" em Prelude, álbum de Deodato lançado no mesmo ano pela CTI, "O Sonho de Judy" e "Barcarole", merecem ser ouivdas com devoção, pois são fantásticas!!!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Bebeto - Rei do Suingue

O "Rei do Suingue", como é conhecido o paulistano Bebeto, cantor, compositor e instrumentista, que começou acompanhando artistas na boate Stardust, em São Paulo, onde aprimorou sua palhetada mágica, até lançar seu primeiro disco em 1975. Quanto as suas influências e a sua maneira de tocar, ele afirma: "Sempre fui roqueiro, mas gostava de música brasileira e de cantar em português, então, inconscientemente, fui criando algo novo". (Bizz, 1999)

Radicado há mais de 25 anos no Rio de Janeiro, o ídolo dos suingueiros faz shows regularmente, "Mesmo sem tocar nas rádios, minhas músicas são cantadas por garotos de 20 anos. Deve passar de pai para filho", comenta o cantor.

Duas obras que simbolizam a sonoridade e a energia de Bebeto:


Esperanças Mil (Copacabana, 1977) segundo álbum de Bebeto, os arranjos de metais são de Sergio Lemke e os de cordas de Waldomiro Lemke. Trabalho intimista que pode ser comprovada em belas canções como: "Nêga Olívia" e "Estou Perdido em Bemóis" - composições de Bedeu, "Esperanças Mil", "Você É A Paz Que Me Acalma" e "Hei, Cara", e nos balanços "Princesa Negra de Angola", "Água, Água" e "Deus Salve Jorge" - homenagem a Jorge Ben.
Cheio de Razão (Copacabana, 1979) é um dos seus maiores sucessos, abre com a levada de "A Beleza é Você, Menina", "Minha Preta" - que na introdução faz uma referência a "Misty Morning" de Bob Marley, "Flecha Negra" em homenagem aos jogadores corintianos campeões paulistas de 1977. Outros destaques ficam por conta das músicas "Apareça", "Penetras", "Meu Astral Está Baixo", "A Vida Está Prá Mim", e a balada "Cheiro de Rosa" da dupla gaúcha Bedeu-Alexandre. Os arranjos ficaram a cargo de José Messias e Sergio Lemke, em um trabalho irrepreensível.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Jorge Ben - Solta o Pavão (1975)

Uma das obras-primas de Jorge Ben, o álbum Solta o Pavão (Philips, 1975), é pura mística. Em texto da contracapa assinado por um Jorge 'Sanctus' Ben, ele explica: "Pavão Real, Pavão Dourado, procedente da África e da Índia; Foi introduzido na Europa; Por Alexandre, o Grande..." e segue "Sua cauda, de uma plumagem azul, verde e ouro; Reflete a luz do sol...Na Idade Média, o pavão, pela sua figura bonita e livre; Era visto como uma ave real e de sorte". A capa é uma ilustração de um rei e uma rainha com uma "santa", rodeados de pavões e os doze signos representados pelas suas formas. Com toda esta simbologia, o disco abre discorrendo do 'dono da área', na música "Zagueiro", também tem futebol na divertida "Cuidado com o Bulldog", as musas presentes em "Dumingaz" - vamos passear no parque!, "Dorothy", a simpática donzela "Jesualda" e "Para Ouvir no Rádio (Luciana)", a fé retratada em "Jorge da Capadócia", "Assim Falou Santo Tomaz de Aquino", "Velhos, Flores, Criancinhas e Cachorros" e na marcha "O Rei Chegou, Viva o Rei", a alquimia em "Luz Polarizada" e há espaço para a malandragem neste caldeirão em "Se Segura Malandro". Todos os nomes dos integrantes da banda Admiral Jorge V Group e do pessoal da técnica, levam a alcunha do seu signo, como por exemplo, baixo: Dadi Aroul Flavi - Leão. Participações de Don Charles tocando Arp Strings, de Osmar Milito nos arranjos de cordas, do Quarteto em Cy e da cantora Evinha no coro feminino e dos ritmistas do Cream Crackers. Direção de produção e estúdio de Paulinho Tapajós e de Armando Pittigliani, curiosamente como responsável pela foto.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Carlinhos Hartlieb - Um Risco No Céu (1983)

Carlinhos Hartlieb, foi um dos nomes mais importantes da cultura gaúcha entre o anos 70 e 80, atuando como músico, compositor, produtor e ator, além de desbravador da Praia do Rosa (SC), local que apesar de sua beleza, mantém o segredo de sua morte prematura. Deixou uma obra inacabada, um disco solo, o ábum Um Risco No Céu (1983), outro com participações de Bebeto Alves, Cao Trein, De Santana e Everton Pires, captado do show "Voltas" de 1977 e lançado em 2004, além de "Maria da Paz", sua composição no LP "Paralelo 30" de 1978. Confira sua trajetória no curta dirigido por Rene Goya Filho e apresentado no Histórias Curtas da RBS TV, aqui de Porto Alegre. Agradecimentos ao blog Gringo-Músicadaboa e ao Márcio Machado pelo toque do vídeo. Maiores informações: http://www.carlinhoshartlieb.com.br

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Batucada Nº4 (1977)

Batucada Nº 4 (Philips, 1977) A Magia e a Empolgação dos Ritmos do Brasil, é um projeto encabeçado por Armando Pittigliani, que produziu e compôs as músicas deste disco, a coordenação artística ficou a cargo de Roberto Santana e conta com a participação do "bruxo", o Rei da percurssão, Djalma Corrêa. Como os outros volumes da série Batucada, que são baseados nos ritmos afro-brasileiros, este é pessoalmente o melhor, até pelo valor sentimental, pois cresci ouvindo esse LP, herança do meu pai. O lado A é samba puro, "Solos de Samba" que abre o álbum é contagiante, a partir daí, "Repicando", "Esquentando o Samba" e segue o baile, o lado B, começa com "Trem Batucada" e a lisérgica "Tambores da Selva", mas é dedicado aos ritmos nordestinos como o xote, maracatu e o baião e finaliza com "O Ritmo do Candomblé". É pra gringo ouvir e quem pouco conhece dos ritmos brasileiros, tá aí uma chance, pois a pegada percurssiva é uma bomba!!!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Filó Machado - Filó (1978)

Filó Machado, cantor, compositor, instrumentista, produtor e arranjador, é um daqueles artistas com grande cartaz lá fora e aqui pouco reconhecido, mas segue na batalha, o músico começou tocando na noite paulistana por volta de 1971 e de lá pra cá participou de diversas gravações com nomes como Johnny Alf, Marília Medalha, Jane Duboc, Djavan e outros mais, em turnês internacionais, tocou com Michel Legrand, por exemplo. Filó (Chantecler, 1978) é seu álbum de estréia, que conta com participações de Léa Freire, Roberto Sion, Celso Machado e Aluízio Pontes. As composições são em parceria com Judith de Souza, e a faixa "Velha Cidade" fez parte da trilha da novela Como Salvar Meu Casamento - TV Tupi, há bons sambas como "O Polvo", "Tigre de Bengala" e "Ascenção", as rurais "Pindorama" e "Menino Diabo", "Ponta de Faca no Peito" e "Sonhar e Viver", entre outras. Música brasileira de qualidade.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Angela Ro Ro - Escândalo (1981)

Terceiro álbum da cantora e compositora carioca Angela Ro Ro, que recebeu este apelido pela sua voz rouca e grave. Escândalo! (Polydor, 1981) é uma alusão à exposição da cantora na mídia pela acusação de agressão a então sua namorada, a cantora Zizi Possi. Neste trabalho Angela Ro Ro, no auge, interpreta músicas como "Perdoai-Os Pai", "Came e Case", "Escândalo" - composição de Caetano Veloso, a excelente "Tão Besta Tão À Toa", o blues "Na Cama" e se dá ao luxo e quebra tudo no samba "Fraca e Abusada". Com a participação de ótimos músicos como Antonio Adolfo, Oberdan Magalhães, Dino 7 Cordas e Rick Ferreira, vale a audição deste disco de um grande talento, que ficou muito tempo perdido pelo abuso do álcool, prejudicando sua carreira, mas que foi retomada há alguns anos.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Cassiano - Apresentamos Nosso Cassiano (1973)

Artista paraibano com poucos discos gravados e neste seu segundo trabalho solo, chamado Apresentamos Nosso Cassiano (Odeon, 1973) o soul de Cassiano sofre forte influência da psicodelia e do rock progressivo, como nas líricas faixas "O Vale", "A Casa de Pedra" e "Chuva de Cristal", na paz-e-amor "Slogan", nas baladas "Cedo ou Tarde", "Castiçal" e "Melissa" - que foi feita pra filha dele, e nas músicas mais suingadas como a "Calçada", "Me Chame Atenção" e "Cinzas". As orquestrações e os arranjos que ficaram a cargo de Don Charles, que também toca piano no disco, se parecem um pouco com que os The Temptations estavam fazendo na época, e na banda tocando baixo com apenas 18 anos estava um jovem Robson Jorge.

sábado, 11 de outubro de 2008

Marcos Valle - Vento Sul (1972)

O álbum mais experimental de Marcos Valle, Vento Sul (Odeon, 1972) é também o mais curioso, reza a lenda que foi composto em uma aldeia hippie, e suas músicas rompem com o tradicional, pois na mescla de samba com rock e progressivo, assustou os puristas, que renegando o lp, o deixaram como um clássico obscuro. Gravado com acompanhamento da banda O Terço, o disco abre com a psicodelia de "Revolução Orgânica", na sequência o sambadelic com um belo solo de flauta "Malena", "Pista 02" - (Delta posou às 23!), a viajandona, misteriosa e síntese do lp "Voô Cego", a lisérgica "Democústico", os hinos hipongas "Vento Sul" e "Rosto Barbado" e o folk "Deixa o Mundo e o Sol Entrar". Confira esse registro que tem uma das capas mais legais e uma sonoridade que vai além do habitual, com letras que falam de amor, paz e liberdade.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Zimbo Trio - Zimbo (1976)

Com Luiz Chaves (baixo), Amilton Godoy (piano) e Rubens Barsotti, o Rubinho (bateria), integrantes do Zimbo Trio, que reforçados de Hector Costita (sax, flauta) e Heraldo do Monte (guitarra), registraram o disco Zimbo (RGE, 1976), e como diz na contracapa escrita por Luiz Carlos Piratininga: "Quem ficou algum tempo sem acompanhar de perto a carreira do Zimbo Trio, vai tomar um susto com este disco". Com uma proposta musical diferenciada e uma pegada groovy-jazzy, o quinteto detona competência e criatividade executando músicas de Milton Nascimento "Fé Cega Faca Amolada" e "Viola Violar", temas compostos em casa como "Tudo Bem", "Brincando", "Laurecy, Até Já" e "Vai de Aracajú", mais "Poliedro" - composição de Tito. Com certeza uma "pedrada" sonora que deve ser ouvida com atenção.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Dominguinhos - Domingo Menino Dominguinhos (1976)

O pernambucano José Domingos de Morais, o Dominguinhos, sanfoneiro discípulo do mestre Luiz Gonzaga, nos anos 60 se defendeu tocando em night-clubs, para logo depois começar uma parceria com os baianos pré-tropicalistas, que projetaria sua carreira.

Domingo Menino Dominguinhos (Phillips, 1976) é um álbum primoroso, conta com as participações de Jackson do Pandeiro, Gilberto Gil, Wagner Tiso, Toninho Horta e Altamiro Carrilho. A maioria das composições são de sua autoria com a parceria de Anastácia. Tem forró do bom, como em "Forró do Sertão", um sambarock em homenagem à Jorge Ben "Babulina", a magnífica "Baião Violado" - um baião-jazz, "Gracioso", outra faixa com levada jazzística, "Tenho Sede" - sucesso na voz de Gil, "Quero Um Xamego", "Cheguei Prá Ficar" e "Mala e Cuia" - são canções de belas melodias, letras e arranjos, os xotes melancólicos "Destino Traquino" e "Veja", entre outras músicas deste disco com referências nordestinas, mas com aquele suingue e balanço dos anos 70, fazendo com que a sanfona de Dominguinhos, não tenha limites.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Claudia Telles (1978)

Claudia Telles tem a música no sangue, filha da cantora Sylvia Telles - uma das percusoras da bossa nova e do violonista Candinho. Após o estrondoso sucesso do seu primeiro LP e da canção "Fim de Tarde", ela lança um segundo álbum chamado Claudia Telles (CBS, 1978), com os arranjos a cargo de Lincoln Olivetti. "Eu Preciso Te Esquecer" - composição da dupla Robson Jorge e Mauro Motta obteve êxito comercial, pois emplacou na novela global Locomotivas, "Foi Como Um Sonho" - Don Beto e Reina, mais "Conselhos", "Tão Só", "Mudanças" e "Nada Igual" são composições que tem aquele balanço soul característico da dupla Robson Jorge e Lincoln Olivetti, as baladas ficam por conta de "Um Amor Tão Lindo" - gravada por Robson em seu LP solo, "Por Eu Não Saber", "Prá Sempre" e pela bossanovista "Primavera" de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes. Vá sem medo e escute essa cantora que no começo da sua carreira em entrevista à Revista Amiga de 1976 declarou ser fã dos cantores negros americanos como Diana Ross, Dionne Warwick e Stevie Wonder.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

De Savoya (1972)

De Savoya foi um projeto liderado pelo lendário organista Ed Lincoln, tem dois álbuns lançados, o primeiro de 1969 como De Savoya Combo. O álbum seguinte é intitulado apenas como De Savoya (Polydor, 1972) e é uma mistura de funk e sambalanço com pitadas psicodélicas e jazzísticas. Inclui músicas com muito veneno como "Sacode, Sacode", a divertida "O Pai Dela", "Shazam" e "Caramba...Galileu da Galiléia" de Jorge Ben, outras canções como "Peixeiro", "Mandei Buscar", "Ê Tum Dá" e "Fittipaldi", tem levadas mais hipnóticas e forte percussão, destaque especial para a instrumental "Santiago" - uma belissíma composição. Detalhe: "Caramba!..." e "Mandei Buscar", foram também editadas na coletânea Sucessos de Ouro vol. 2 (Polydor, 1972), que traz ainda a rara "O Carona", funk pesadão com Tony e o Som Colorido, composição da dupla Tony & Frankie.

Erlon Chaves e Orquestra Saint Moritz - Procura-se Uma Virgem (1971)

Erlon Chaves assina as composições da trilha sonora do filme Procura-se Uma Virgem (CID, 1971) executada magistralmente pela Orquestra Saint Moritz, infelizmente há poucas informaçõs sobre o álbum, como produção e músicos, mas as canções no estilo e sabor jazz-funk são extraordinárias, as três versões de "Procura-se Uma Virgem" (prefixo, valsa e sufixo), os grooves certeiros de "O Grilo", "Vamos Nós" e "O Anjo e o Diabo", e as jazzys "Uma Velha Bossa" e "Ba Oba Oba". Quanto ao filme, uma comédia pornochanchada, com direção de Paulo Gil Soares e no elenco alguns clássicos atores como Wilson Grey, Hugo Carvana, Henriqueta Brieba, Arduíno Colasanti, Manfredo Colasanti, Carla Santiago, Edna Oliveira, Valentina Godoy e Hugo Bidet.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Carioca, suburbano, mulato e malandro (João Nogueira) Parte2

Carioca, suburbano, mulato e malandro (João Nogueira) Parte1

"Carioca Suburbano Mulato Malandro - João Nogueira" (Jom Tob Azulay, 1979).

O curta-metragem traça um perfil do cantor e compositor João Nogueira, enfocando suas grandes paixões: o samba, a Portela e o Flamengo. Com depoimentos de amigos, como o jornalista Sérgio Cabral. Duração: 13 minutos.

João Nogueira - Vida Boêmia (1978)

O carioca João Nogueira sempre foi fiel ao samba e as suas representações, no disco Vida Boêmia (Odeon, 1978) não é diferente, e conta com todos os ingredientes para o mais puro e verdadeiro samba, como a malandragem, as amarguras amorosas, a fé, as homenagens aos grandes compositores e a poesia, e vale também o registro pelo belissímo projeto gráfico do vinil, a foto da capa com o cantor em primeiro plano e os arcos da Lapa ao fundo, é muita clássica. O álbum começa com a música-título "Vida Boêmia", que discorre sobre a saga de perambular entre os bares da cidade, "Anoiteceu/outra vez vou sair/andar por andar/sem ter onde ir...A minha vida boêmia de bar em bar/é o meu amor sem paz/por um amor vulgar...Do Lama's ao Capela/e da Mem de Sá/passo no bar Luís/e no Amarelinho é que eu vou terminar." Na seqüência, as divertidas "Moda da Barriga" - "Na Globo o galã vai ser o Jô/na Tupi, veja o senhor/vai ser o Sérgio Cabral/na lista dos mais elegantes/as presenças mais contantes/do Tim Maia e o Imperial" e "Baile no Elite", a ecológica "As Forças da Natureza", as crônicas amorosas em "Bate-Boca", "Amor de Fato" e "Maria Rita", a canção "Bela Cigana" tem a participação da cantora Clara Nunes, e para fechar, a carta de Noel Rosa, musicada por João em "Ao Meu Amigo Edgar". Os músicos deste trabalho são: Wilson das Neves (bateria), Luizão (baixo), Dino (violão 7 cordas), Cláudio Jorge e Geraldo Vespar (violão), Manoel do Cavaco e Neco (cavaco), Luna, Elizeu, Marçal e Oswaldo (ritmo), Gordinho (surdo), Maurílio (piston), Roberto Nascimento (guitarra), Ronaldo (flauta), Joel do Bandolim (bandolim), Airton Lima Barbosa (fagote), Aurino (sax), Pareschi (violino solista), Netinho (clarinete), Nelsinho (trombone) e Dinorah, Eurídice, Zenilda, Genaro, Stênio Barbosa, Regina e Mariazinha (coro). Um timaço!!!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Marcos Valle (1983)

Criado na bossa nova, Marcos Valle chegou aos anos 80 mergulhado no pop e no groove. Com produção de seu irmão Paulo Sérgio Valle e de Lincoln Olivetti (mais uma!), Marcos Valle (Som Livre, 1983) é um dos seus mais populares álbuns. O lp abre com a brilhante e melô da malhação "Estrelar", tem uma regravação de "Samba de Verão", as suingadas "Naturalmente" e "Dia D", e a pop "Tapa na Real". Não é um dos seus melhores trabalhos, mas retrata a época e as canções citadas são muito boas.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Lincoln Olivetti e Robson Jorge - Compacto (1984)

A dupla Robson Jorge/Lincoln Olivetti, após o sucesso do seu LP e de assinarem diversas produções com grandes nomes da MPB e de trilhas sonoras, como a do filme "Rio Babilônia", lançaram este compacto pela Som Livre (1984) com composições próprias e que do lado A, contém a balada-estilo-novela "Monalisa" e no lado B, o funkão "Siri Que Marca a Onda Leva", que de leve lembra em alguns momentos "Flashlight" e "Atomic Dog" de George Clinton, sendo essa a música que está postada, e que só foi possível graças a colaboração do DJ Feijão na transformação do analógico para o digital.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Almir Ricardi - Festa Funk (1984)

Nascido no Rio de Janeiro como Almir Lyrio Pereira, teve contato com a black music desde o seu começo aqui no Brasil, pois era amigo de Erasmo Carlos e Tim Maia, de quem fala: "Eu havia gravado um compacto em São Paulo como Almir Duarte e queria levar o Tião - que era como eu o chamava - para a boate Cave, o lugar onde as coisas aconteciam. Tive de convencê-lo com duas latas de leite condensado", disse em entrevista à Revista Bizz de maio de 2000 e aumentando o folclore em torno de Tim, a música "Compadre" (1973), foi composta por ele em sua homenagem. Seu nome artístico definitivo surgiu após a gravação do LP "As Dozes certinhas de Almir Ricardi" no estilo, contra a sua vontade, crooner italiano - mas o nome pegou. Ainda nos anos 70, comandou programas nas TVs Record e Gazeta, onde apresentava vídeos de Earth, Wind & Fire e Tina Turner, e recebia amigos como Erasmo e Tim. Somente nos anos 80 conseguiu se lançar como cantor e a produzir seus hits que encheram as pistas de dança e fizeram barulho nas rádios.

Festa Funk (RGE, 1984) álbum com produção certeira dos magos Robson Jorge & Lincoln Olivetti. Nas gravações Robson Jorge toca Bateria, Guitarra, Baixo, Polysix, Moog, Piano, Vocoder e Vocal, Lincoln toca Piano, Oberheim, Mini-Moog, Digital Drume e efeitos especiais! Os outros músicos são: Fernando Alves (baixo), Sérgio Fernandes (trombone, baixo Tecla, CS-80, piano e vocal), Jorge Waldir Barreto (CS-80, Mini-Moog), Ariovaldo Contesini e Paulo Humberto (percurssão), nos metais Bidinho, Serginho do Trombone e Zé Carlos, Mário Monteiro, o Picolé (bateria em "Pura") e nos vocais, Ronaldo Barcellos, Tony Bizarro, Jorjão e Serginho. O disco foi gravado no Guerenguê Estúdio - Rio de Janeiro. Os hits "Pura" e "Festa Funk", já são clássicos, "Raça" tem a participação de Erasmo Carlos e "Tô Parado na Tua", mais "São Paulo (High Society)", listam dos grooves mais que essencias. Um abraço ao Chicavalo - que postou esse disco e a todos os eqüinos do blog Cavalo 23!!!

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Os Diagonais (1969)

Primeiro registro do grupo vocal liderado pelo cantor e compositor Cassiano, Os Diagonais (Epic, 1969) álbum percursor da soul music no Brasil, pelas suas harmonias vocais e pelos ataques de metais no melhor estilo Motown. Contém duas composições de Cassiano, "Clarimunda" e "Não Dá Prá Entender", e as outras boas músicas são: "Baby, Baby", "Solução/Cabelos Brancos", "Na Baixa do Sapateiro/Helena", "Meu Sonho é Você/Sabe Deus", a doideira de juntar "Praça Onze/Batmacumba", "Siga/Célia" e "O Trem Atrasou/Atire a Primeira Pedra". Vale a audição!!!

Edu Lobo - Missa Breve (1973)

Um dos artistas mais respeitados da música popular, Edu Lobo lançou Missa Breve (Odeon, 1973) uma obra com destaque para os seus arranjos e orquestrações, que evidenciam as nuances das canções deste disco, como na magnífica "Vento Bravo", "Porto do Sol", "Viola Fora de Moda", "Zanga, Zangada", "Libera Nos" e "Oremus" com participação de Milton Nascimento.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Johnny Alf

Alfredo José da Silva ou Johnny Alf, nasceu no Rio de Janeiro em 19 de maio de 1929. Começou a aprender piano clássico aos nove anos, com Geni Borges, amiga da família, logo despertando interesse pelos compositores do cinema norte-americano, como George Gershwin e Cole Porter. Cursou até o segundo ano do colégio Pedro II, onde entrou em contato com o pessoal do Instituto Brasil-Estados Unidos, que o convidou para participar de um grupo artítico e por sugestão de uma amiga norte-america, adotou o pseudônimo de Johnny Alf.

Através de Dick Farney e Nora Ney foi contratado em 1952 como pianista da récem-inaugurada Cantina do César, de propriedade do radialista e apresentador César de Alencar, dando ínicio a sua carreira profissional. Logo depois, foi convidado a integrar o grupo que o violinista Fafá Lemos organizou para tocar na boate Monte Carlo. Nessa época, a convite do produtor Ramalho neto, gravou na Sinter seu primeiro disco, um 78 rpm com música instrumental (piano, contabaixo e violão) de influência jazzística , com "Falsete", de sua autoria, e "De Cigarro em Cigarro" de Luiz Bonfá. Mais tarde revezando-se com o pianista Newton Mendonça, tocou na boate Mandarim, indo depois para o Clube da Chave, boates Drink e Plaza. De seu repertório, duas composições começaram a se destacar, "Céu e Mar" e "Rapaz de Bem", esta escrita por volta de 1953 e considerada, em termos melódicos e harmônicos, como música revolucionária e percusora da bossa nova. Em 1955 foi para São Paulo, onde tocou na boate Baiúca e no bar Michel, neste último com os então iniciantes Paulinho Nogueira, Sabá e Luís Chaves. De passagem pelo Rio, no mesmo ano gravou na Copacabana o primeiro 78 rpm importante de sua carreira, com "Rapaz de Bem" e "O Tempo e o Vento", também de sua autoria. Seis anos depois gravou na RCA seu primeiro LP, "Rapaz de Bem", que obteve grande êxito. Ainda em 1961, recebeu convite do compositor Chico Feitosa para tocar no Carneggie Hall, em Nova York, mas não viajou, permanecendo em São Paulo. No ano seguinte retornou ao Rio de Janeiro, tocando no Bottle's Bar e formou um conjunto com o baixista Tião Neto e o baterista Edison Machado, apresentado-se no Little Club e Top Club.

Radicado em São Paulo, continua compondo e fazendo shows em casas noturnas, além de gravar ocasionalmente, e sua maneira de cantar e se acompanhar ao piano influenciou legião de cantores e pianistas, principalmente na fase pré-bossa, onde os ainda moleques João Gilberto e Menescal iam aonde ele estivesse tocando.

Fonte: mpbnet
Rapaz de Bem (RCA, 1961) primeiro LP do mestre Alf, onde brilha composições como "Rapaz de Bem", "Fim de Semana em Eldorado", "Vem" e "Ilusão à Toa", todas de sua autoria e "Tema Sem Palavras" de Maurício Einhorn e Durval Ferreira. (link umquetenha)
Diagonal (RCA, 1964) disco explosivo, sensacional, sensual e cheio de balanço, com um time de músicos do quilate de: Celso Murilo (piano), Neco (violão), Luis Marinho (baixo), Edison Machado (bateria), Santos, Maurílio, Hamilton, Julinho e Wagner (piston), Zé Bodega, Aurino, Macaxeira e Norato (sax) e Jorginho (flauta). Johnny executa com propriedade os temas "Disa", "O Céu e Você", "O Bondinho do Pão de Açúcar", "Podem Falar", "Vejo a Tarde Cair", "Seu Chopin, Desculpe" e "Céu e Mar", na minha opinião o melhor de seus trabalhos.
Ele É (Parlophone, 1971) trata-se de um fino registro, com as participações de Hélio Delmiro no violão e de Os Três Morais nas vozes, desfilando elegância jazzística nas músicas "Leme", "Despedida de Mangueira", "Garota da Minha Cidade", "Canto Para Pai Corvo", "Eh, Mundo Taí" e na bela "Anabela".

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Edson Frederico e a Transa (1975)

Edson Frederico, pianista/arranjador/compositor, iniciou sua carreira em 1965 tocando piano em shows de Elis Regina e Vinicíus de Moraes. A partir de 1970 foi orquestrador da TV Tupi, permanecendo até 1974, quando foi contratado pela TV Globo, por essa época atuou como pianista da Banda Veneno de Erlon Chaves.

Seu primeiro LP solo é o Edson Frederico e a Transa (RCA, 1975), cheio de suingue e balanço nas músicas "Tava Mas Não Tava", "Bobeira" e "Babuíno" as três da dupla Orlandivo e Duda, "Ginga, Gira, Giré", "Sacode Carola", "Sambané" e "Lígia", bela composição do maestro Tom Jobim.


Atuou como maestro e orquestrador do show "Tom Vinicius, Toquinho e Miucha", realizado no Canecão (RJ), em 1977. Em 1980, for
mou a Orquestra Metalúrgica Dragão de Ipanema, inaugurando a casa noturna Noites Cariocas, no Morro da Urca (RJ). Em 1999, publicou o songbook "O melhor de Edson Frederico" (Ed. Vitale). Em 2000, fez arranjos e regência para o "Especial 100 Anos de MPB (Rede Globo). Nesse mesmo ano, lançou o livro "Música: uma breve história" (Ed. Vitale).

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Milton Banana

Milton Banana Trio (Odeon, 1970) este disco é para fechar com chave de ouro, contando com o competente Wanderley (piano) e José Alves (baixo), o álbum abre com "Vou Deitar e Rolar (Quaquaraquaqua)" de Baden Powell e Paulo César Pinheiro, tem triplo Jorge Ben com "Se Você Quiser Mas Sem Bronquear", "Vendedor de Bananas" e "Take It Easy My Brother Charles", a infálivel dupla Roberto/Erasmo com "Coqueiro Verde" e Paulinho da Viola em "Foi Um Rio Que passou em Minha Vida". Essencial!
O Trio (Odeon, 1968) amparado por Wanderley (piano) e Azeitona (contrabaixo), Milton Banana desfila suas batidas ritmadas em canções como "Bom Tempo" e "Ela Desatinou" de Chico Buarque, em "Samba do Perdão" de Baden Powell e Paulo César Pinheiro, na clássica "Da Cor do Pecado" de Bororó, "Ultimatum" dos irmãos Valle, "Segure Este Samba (Ogunhê)" de Oswaldo Nunes, e mais outras. Altamente recomendável!
Todo Dia É Dia (Odeon, 1968) com músicas de autoria de Chico Buarque em "Roda Viva", Milton Nascimento com "Travessia", Caetano Veloso "Alegria, Alegria", Vinicíus de Moraes e seu "Samba da Benção" e Gilberto Gil com a explosiva "Procissão", destaco a faixa "O Caderninho" de Olmir Stocker, sucesso na voz de Erasmo Carlos.

sábado, 23 de agosto de 2008

Milton Banana Trio

O Som do Milton Banana Trio (Odeon, 1967) com um repertório mais maduro, onde compositores da nova geração que estavam despontando como Chico Buarque em "Quem Te Viu Quem Te Vê", Gilberto Gil e João Augusto com "Roda" e Sidney Miller em "Pede Passagem", se fazem presentes. Mesclado com históricos autores do porte de Pixinguinha em "Lamento" e "Mundo Melhor", as duas canções em parceria com Vinicíus de Moraes, que também aparece com Baden Powell em "Apelo", e contudo, há espaço para uma popular música da dupla Mário Lago e Ataulfo Alves "Aí Que Saudade da Amélia". Imperdível!
Balançando (Odeon, 1966) agora acompanhado de Cid (piano) e Mário (baixo), balançam as estrutras com "Cidade Vazia", "Barquinho Diferente", "A Resposta", "Feitinho pro Poeta", "Sonho de Um Carnaval" e "Aruanda" por exemplo, não tem como ficar indiferente, um discaço!

(Odeon, 1965) acompanhado dos mesmos músicos do disco anterior e com o reforço de Lyrio Panicalli na direção musical, executam os temas "Estamos Aí", "Vê", "Bananadas", "Arrastão", "Das Rosas", "Opinião", "Não Bate o Coração" e entre outras, com extrema competência e equilíbrio.