sábado, 14 de junho de 2008

Beto Strada - Bacalhau (BACS) - 1976

Beto Strada, um dos mais experientes compositores brasileiros de trilhas sonoras, é autor de mais de 40 trilhas para filmes de longa-metragem, vinhetas e temas para diversas peças de teatro e programas de televisão, além de vastíssima produção de jingles e trilhas para comerciais de rádio e TV.

Em 1976, Strada compôs a trilha sonora do filme Bacalhau (BACS), uma bizarra adptação do filme Tubarão - uma comédia. As músicas mesclam em sua maioria, jazz-funk de primeira, como em "Tema de Ana", "Guitarra", "Passo de Ceci" e "Um Fado, Um Chorinho para o Bacalhau", com marchas divertidas e executadas por um competente grupo de músicos, reunidos pelo compositor e que são: Luiz Villar (teclados, arranjos), Fernando Belém (bateria, percussão), Bidinho (piston, sax, arranjos), Ivan (baixo), José Carlos (guitarra), Aécio Flávio (piano, modalidades), Luiz Roberto (baixo, guitarra acústica) e Tranka (baixo).

Resenha da revista Veja sobre o filme:

De todas as paródias brasileiras a grandes sucessos de bilheteria dos anos 70, a mais lendária é sem dúvida a nossa recriação de Tubarão, batizada sarcasticamente de Bacalhau ou Bac´s - só para tirar uma onda com o título original do filme do Spielberg (Jaw´s).

Um monstro marinho espalha o pânico entre os moradores de uma pacata cidade do litoral paulista. Depois que uma série de cadáveres (ou melhor, esqueletos) são encontrados na praia, o prefeito decide reunir esforços e caçar (quer dizer, pescar) o bicho. Um oceanógrafo português consegue descobrir que o monstro é na verdade o terrível Bacalhau da Guiné e usa pedaços de discos da Amália Rodrigues para atrair a criatura marinha.

Em diversas cenas do filme, aparece escrito na cauda do animal um incisivo made in Ribeirão Preto, cidade onde se localiza a firma de material náutico responsável pela construção da engenhoca, toda de fibra de vidro. “Apenas a cauda foi feita de cortiça, para uma mobilidade maior”, explicou um técnico. Na concepção inicial, alias, o bacalhau deveria ser movimentado por figurante Escondido no interior. “Só que ninguém teve coragem de permanecer lá dentro, devido à falta de ar”, comenta Adriano Stuart. “Mas até em uma superprodução como Tubarão o mecanismo eletrônico andou falhando. Por isso não me incomodo em dizer que o nosso peixe movimenta-se com finíssimos cabos de aço e fios de náilon”. Problemas mais grave enfrentou Stuart durante as filmagens. Ele e o mecânico bacalhau jamais chegaram a um entendimento harmonioso. Numa das sequências, por exemplo, o peixe deveria passar perto do barco de seus perseguidores. “Mas ele teimava em não obedecer ao comando. A certa altura, desisti de esperar, alterei o aquinaum, nadei até onde estava o bicho e matei o bacalhau a murros mesmo”.

(Veja, 26/05/1976)

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