quarta-feira, 29 de abril de 2009

Astor Piazzolla y su Conjunto 9 – Musica Popular Contemporanea de De La Ciudad de Buenos Aires (1972)

Astor Piazzolla, famoso bandoneonista argentino que após alguns anos fora de seus país, forma no começo dos anos 70 o Conjunto 9, agregando novos músicos para seu antigo quinteto e sobre esta ampliação ele revela: “É minha nova inquietude e sobre tudo me faz muito feliz poder escrever e tocar outra música: o mesmo ocorre com os solistas”. O primeiro trabalho dessa fase é o intenso Musica Popular Contemporanea de De La Ciudad de Buenos Aires (RCA, 1972) que entre tangos e milongas, com Piazzolla assinando todas as composições, é um álbum excepcional e temas como “Zum” – da trilha sonora do filme brasileiro Toda Nudez Será Castiga (1974), “Tristeza De Um Doble A”, uma de suas mais bonitas músicas e recheada de detalhes, a expressiva “3x4” e segue com “Homenaje a Cordoba”, “Fuga 9”, “Prelúdio 9” e “Divertimento 9”, todas com aquela carga dramática própria da música portenha. Os músicos que competentemente o acompanham são: Osvaldo Manzi (piano), Antonio Agri (violino), Hugo Baralis (violino), Nestor Panik (viola), José Bragato (cello), Kicho Diaz (baixo), Oscar López Ruiz (guitarra elétrica) e José Correale (percurssão), sendo estes os componentes do Conjunto 9. Registrado com muita alma e vida, este álbum apresenta-se prolífico para o instrumentista, que como solista pôde desenvolver sua musicalidade.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Don Junior – Sambas Nº 2 (1963)

Este é um dos meus LP´s preferidos, Don Junior em Sambas Nº 2 (RGE, 1963) no saxofone com conjunto e orquestra RGE. Com uma bela escolha no repertório, Don Junior, pseudônimo do argentino Hector Costita e seu sax maravilhoso, como frisado na capa, tem um suingue brejeiro que remete ao um clima meia-luz, rosto colado na cara da menina, olho no olho, sexy e romântico. Recebendo esta roupagem, músicas como “Ah! Se Eu Pudesse”, “Nós e o Mar”, “O Barquinho”, “Só Danço Samba”, “Samba De Uma Nota Só” e “Samba do Avião”, clássicas da Bossa Nova e compostas pelas duplas Bôscoli-Menescal e Tom-Vinicius, estão presentes, lado a lado com as surpreendentes “Volta Por Cima”, “Raízes”, “Foi Saudade”, “Sambossa” e “A Mesma Rosa Amarela”. Com a supervisão e direção musical do maestro Reben Perez (Pocho), um conjunto afiado e uma orquestra de cordas que valoriza ainda mais os solos de sax, são os ingredientes deste álbum agradável, singelo e recomendado para se curtir bons momentos.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Pixinguinha

23 de abril é dia de São Jorge, Dia Nacional do Choro e aniversário de Alfredo da Rocha Viana Filho, mais conhecido como Pixinguinha. Nem é preciso destacar a importância e a beleza de suas composições, algumas delas são clássicos quase centenários como "Carinhoso", "Rosa", "Lamentos", entre outras. Para comemorar este dia tão festivo, nada melhor que ouvir as maravilhosas músicas do batuta Pixinguinha, interpretadas por por outros monstros como Radamés Gnatalli, Jacob do Bandolim e Conjunto Época de Ouro, Boêmios e Orquestra, em um concerto em homenagem aos seus 70 anos. Registrado pelo MIS, Pixinguinha 70 (1968) foi realizado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com a presença nos camarotes do compositor que foi muito ovacionado e que com certeza aplaudiu o repertório apresentado sob os arranjos do maestro Radamés Gnatalli, passeando pelos temas já citados e outros como "Passatempo", "Gargalhada", "Vou Pra Casa" e "Os Cinco Companheiros". Simplesmente essencial!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Jorge Ben - Waimea 55000 (Fantástico 1979)

Homenagem de Jorge Ben ao surf, esporte que então era "a onda do momento", em letra inspirada e divertida e com suingue irresistível.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Meireles e sua Orquestra – Brasilian Explosion (1973)

Projeto conduzido pelo instrumentista e arranjador J.T. Meireles, que após ter liderado o Copa 5, forma nos anos 70 uma orquestra e grava o álbum Brasilian Exolosion (Odeon, 1973). Reunindo clássicos como “Aquarela do Brasil”, “Tristeza Pé no Chão”, “Carinhoso”, “Não Tenho Lágrimas” e “Na Baixa do Sapateiro” - em versão totalmente funkeada, sucessos da época como “Regra Três”, “Kriola”, “Cosa Nostra”, uma bossa lindissíma de Jobim, “Nuvens Douradas”, e sua interpretação para “Also Sprach Zarathusta (2001 - Uma Odisséia no Espaço)” caindo no samba com cuíca e tudo mais. Arranjos de sopros se misturam a sons de teclados eletrônicos e forte percussão, em uma mistura que funciona muito bem. Conheci esse disco, graças ao um CD que comprei numa loja no litoral gaúcho, lá estava ele jogado em uma caixa de promoção no verão de 1996, é da série Os Originais, que a EMI lançou no ano anterior, remasterizando 40 títulos que resgatou muita coisa boa. Esse é mais um registro daqueles memoráveis – confesso que o ouvi demais, pelo repertório e sonoridade esplêndida.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Ana Mazzotti (1974)

Gaúcha de Caxias de Sul, a cantora e pianista Ana Mazzotti (1950-1988) desfila elegância em seu álbum Ana Mazzotti (Top Tape, 1974). Com a participação luxuosa de José Roberto Bertrami (Piano, Moog e Arp Strings), Alex Malheiros (guitarra e baixo), Romildo T. Santos (bateria) e Ariovaldo (percussão), na execução das músicas com muita autoridade e groove. Na interpretação das suas composições, Mazzotti ora é emocionante, ora é delicada. Há tesouros como “Roda Mundo” – pescado pelo grupo francês Reminiscence Quartet, “Agora Ou Nunca Mais”, “Eu Sou Mais Eu”, “Sou”, “Bairro Negro”, e em “Cordão” de Chico Buarque e no clássico soul “Feel Like Making Love”. Jazzfunk sound brasileiro da melhor qualidade, que com certeza influenciou diversas bandas da nova geração, principalmente ou infelizmente (pois no nosso país passa despercebida) de estrangeiros que buscam sempre uma boa referência.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Zé Roberto Bertrami e Projecto III - Encontro (1970)

O Projecto III é um dos primeiros trabalhos do trio de integrantes que mais tarde formaria a banda Azymuth, reforçado da guitarra de Frederico M. de Oliveira (Fredera) e liderado pelo pianista Zé Roberto Bertrami. Registraram o álbum Encontro (Equipe, 1970), disponível em CD pela Whatmusic, onde já se ouvem as sonoridades, os arranjos e as texturas complexas do que se transformaria em uma das musicalidades mais respeitadas do planeta, arrebanhando fãs até hoje e com destaque para os timbres de órgão de Bertrami. Jazz, soul, samba e easy-listening dos anos 60, são a base desta gravação que conta ainda com a colaboração de Maria da Piedade (Pia) nos vocais e Hartu (percussão). Não deixe de conferir as pérolas: "Arabian Nights", "Surra 7", "Mustang Cor de Sangue", "Chafariz", "Valsinha Nº 1", "Parapluies", "Nádia", " Meia Volta (Ana Cristina)", entre outras.