segunda-feira, 29 de junho de 2009

Franco (1978)

Franco Scornavacca é italiano e aos oito anos veio para Porto Alegre, como baixista, integrou a banda Os Brasas, é pai dos integrantes do KLB (sic) e foi ou ainda o é, não possuo essa informação precisa, empresário de Zezé di Camargo e Luciano. Lançou catorze compactos e dois álbuns, em depoimento à finada Revista Bizz de agosto de 1999, lamentava o fato da dificuldade daqueles tempos, anos 70, pelos problemas enfrentados com o pessoal do rock e do samba, que não entendiam o som suingado que produzia, mas ao mesmo tempo sentia muitas saudades e a canção “Rock Enredo” é o seu primeiro sucesso. Porém, seu trabalho que obteve maior êxito é o LP Franco (Continental, 1978) em que figuravam composições de Luis Vagner, Hélio Matheus, Bedeu, Alexandre, Antonio Marcos, Voltaire, entre outros. Músicas como a divertida “O Rock do Rato” e o sambablackrock “Black Samba”, são clássicos dos bailes, mais a venenosa “Fazer Molho Na Cozinha”, a de levada latina “Bloco Maravilha”, a lírica e essencial “Como?”, a introspectiva “Moro No Fim Da Rua” e as canções que sintetizam a pluralidade musical do álbum por suas melodias, pelo cenário apresentado, pela citação de seus ídolos nas letras, que pode ser conferido em “Guitarreiro”, “Coqueluche”, “Coisas Antigas” e “Nostalgia Transviada”. Um conjunto formidável de instrumentistas participou das sessões de gravação, entre eles Luis Vagner (guitarra e violão), Branca Di Neve (ritmo), Armandinho (piano), Hector Costita (sax) e Roberto Sion (sax), que com excelência e balanço, protagonizaram esse suntuoso disco.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Tim Maia - Inauguração do Teatro Bandeirantes (1974)

Apresentação de Tim Maia no show de inauguração do teatro Bandeirantes realizado no dia 12/08/1974 em São Paulo, espetáculo que reuniu a nata da música popular brasileira, como Rita Lee, Elis Regina, Chico Buarque com MPB-4 e Maria Bethânia. Tim Maia canta alguns de seus grandes sucessos acompanhado da excelente Seroma Band e o componente mais raro deste vídeo é a execução da música "Imunização Racional (Que Beleza)", pouco antes de Tim mergulhar nas profundezas do mundo racional.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Roberto Pregadio – Il Medico...La Studentessa (1976)

Particularmente gosto muito das trilhas sonoras de filmes italianos, especialmente a dos anos 60 e 70 pelo uso de jazz, grooves e bossas, e uma dessas que destaco é a do longa-metragem do gênero comédia-erótica, ou seja, uma pornochanchada, Il Medico...La Studentessa (Beat, 1976), película que tem a direção de Silvio Amadio e música do maestro Roberto Pregadio, italiano da Catania, nascido em 6 de dezembro de 1928, que em seu currículo, compôs inúmeras trilhas de cinema e TV. As principais faixas são relativas à personagem vivida pela exuberante atriz Gloria Guida, como no tema dançante e de batida insinuante “Claudia” e em “Claudia In Motoretta”, de piano apurado e uma pitada de bossa nova à la italiana, que exerce influência na psicodélica e recheada de teclados, “Bossa Nova Della Sposa” e em “In Piscina”, no estilo sexy lounge e um dos melhores momentos do álbum, exemplos que marcam definitivamente a relevância do ritmo brasileiro no cenário europeu. Os outros títulos com destaque estão na atmosfera de “Visioni Sognatti”, “Indagando”, “Il Dottore Indiano” e “Strip Tease”, no groove de “Country Piano”, na doce balada “Dottore Romantico”, na marchinha “Il Colonnello” e na sarcástica “Bi-Di-Bi-Da”, que refletem e completam o clima despreocupado e de sacanagem deste modelo de filme. Diversão garantida!

sábado, 13 de junho de 2009

Carlos Lee – Bossa Maximus (1965)

O desconhecido cantor Carlos Lee, de quem não se encontra quase nenhuma informação a seu respeito, pois pesquisei e encontrei apenas o release do selo inglês Whatmusic, que relançou seu único e obscuro álbum chamado Bossa Maximus (Musidisc, 1965), uma vez que em seu volume original, a contracapa somente apresenta anúncios de outros títulos da gravadora. Apesar dos paupérrimos dados, este é um primoroso trabalho musical e acredito que por ter sido distribuído pela Musidisc, seja um registro coordenado por Nilo Sérgio com Ed Lincoln nos arranjos (?). Carlos Lee com sua voz agradável e natural nos apresenta doze sambas, ora mais sutis, ora cheias de balanço com fraseados “jazzísticos”, sua única composição é o afro-samba “Zulu”, que juntamente com “Rei do Kilombo”, “Canto do Boiadeiro” e “Capoeira de Oxalá”, do compositor Luis Carlos Sá, falam de miséria, de luta e de dor e fazem parte das suas canções de protesto intelectual, tão emergentes por aqueles tempos. Já “Meu Rio” de Cezar Costa Filho, canta as belezas da cidade e a minha preferida “Amando Estou” de Luiz Sergio Pacce e Tranca, que conta com um esmerado tema de Hammond, mais “Cantiguinha” de Sergio Bittencourt, “Mensagem” de Durval Ferreira e Regina Werneck, o antigo samba “Subúrbio Triste” de Newton Chaves, “Você Me Conquistou” de Newton Pereira e José Pereira Junior e as melancólicas baladas, quase bossa valsas “Quarta Feira” de Tranca e a esplêndida “Disseram” de Tito Madi, são sobre amores perdidos, saudosos, descontraídos ou simplesmente encantadores. A banda de apoio com bateria, percussão, baixo, piano, vibrafone, flauta e sax, produz a atmosfera certa sem soar extravagante e infelizmente não se sabe o nome dos instrumentistas e mais, na foto da capa, o cantor em um barco com o morro da Urca ao fundo é inteiramente Bossa Nova!