sexta-feira, 27 de junho de 2008

Antonio Adolfo

Pianista/compositor/aranjador/produtor e professor de música, esse é Antonio Adolfo, que ainda na infância começou seus estudos musicais - nasceu em 1947. Nos anos 60, inicia sua carreira, e em 1964 forma o Trio 3-D, com o qual grava quatro LP's, mas a partir de 1967, suas composições em parceria com Tibério Gaspar lhe rendem reconhecimento e sucesso em canções como: "Sá Marina" - na voz de Wilson Simonal e na finalista do II FIC "Caminhada". Em 1969 viajou a Europa acompanhando Elis Regina e na volta forma o conjunto A Brazuca, que classifica a música "Juliana", no FIC daquele ano, participa de trilhas sonoras de novelas da Globo, com as composições "Teletema", "Manequim" e "Ao redor" - todas com Tibério.

Em 1970, um dos maiores êxitos da dupla. Toni
Tornado (com o Trio Ternura) interpreta e vence o Festival da Canção com "Br-3", um soul com letra empolgante e sonoridade forte. Em 1972 grava seu primeiro álbum-solo para a Phillips e viaja aos EUA, onde estuda e se aprimora.

Em 1977, lança um pioneiro trabalho pelo s
elo Artezanal, chamado "Feito em Casa", que é o primeiro de uma série de LP's independentes (coisa rara na época), distribuido e vendido pelo próprio músico, com uma tiragem incial de 500 cópias - reeditado em cd pela Kuarup Discos, o álbum com influências do jazz, basicamente instrumental, conta com boas músicas como "Feito em Casa" e "Virry". Já "Viralata" (1979) é álbum mais funky, lembra um pouco Azymuth, na mescla do groove com o samba, como nas groovadas "Cascavel" e "Vira-Lata", e nas viajantes "Vermelhinho" e "Paraíba do Sul", um disco essencial.

Antonio Adolfo continua na ativa gravando e produzindo, em 2006 lançou "Ao Vivo" em parceria com a filha Carol Saboya.













quarta-feira, 25 de junho de 2008

Peter Herbolzheimer

Nasceu na Romênia em 31.12.1935, no ano de 1951 se mudou para a Alemanha, e em 1953 foi para os Estados Unidos, onde trabalhou tocando guitarra. Em 1957, volta para a Alemanha e adota o trombone como instrumento, começa tocando em orquestras como a de Bert Kämpfert, até que em 1969 forma a Rhythm Combination And Brass, que se apresentava por toda a Europa e acompanhava grandes nomes do jazz do quilate de Esther Phillips, Stan Getz, Nat Adderley, entre outros.

Durante os anos 70, gravou diversos álbuns como: Wide Open (MPS - 1973), com participação de Art Farmer no trumpete, álbum que abre com a latina "Frog Dance", as venenosas "Babo" e "Blue Dervish", e a orquestral "Nica's Dream". Waitaminute (MPS - 1973), um pedra funky-jazz, Hip-Walk (Polydor - 1976), com destaque para as faixas cantadas por Inga Rumpf, em "Superstition" e "Spirit" e as instrumentais, como na espetacular "Butterfly", na suingadas "Stoned Cockattoo" e "Hip Walk" e na bela "Jive Samba". I Hear Voices (Polydor - 1978), sessão menos inspirada, com mais vozes, mas com aqueles poderosos arranjos de metais.






































quinta-feira, 19 de junho de 2008

Stefano Torossi - Feelings (1975)

Pouco se sabe sobre o compositor italiano Stefano Torossi, a não ser por algumas músicas suas distribuídas em coletâneas de "Easy Tempo" italianas e o seu soberbo "Fellings" (1975), lançado originalmente na Itália pelo selo Carosello e aqui no Brasil pela Top Tape - com uma bela capa sexy! Sob o pseudônimo de Jay Richford e Gary Stevan, o disco tem uma sonoridade groovy-jazz classe "A" com aquele charmoso clima de crime-jazz-blaxploitation, acompanhado de fartos arranjos de cordas e metais, guitarras wah-wah e batidas devastadoras, esse é um daqueles álbuns que se curte da primeira a última música.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Jerry Butler and Jerry Peters - Melinda (1972)

O canário Jerry Butler e o produtor/aranjador/compositor Jerry Peters, foram os responsáveis por esta bela e fantástica trilha sonora do filme de blaxploitation "Melinda" (1972), estrelado por Vonetta McGee (Melinda), Rosalind Cash e Calvin Lockhart. A voz poderosa de Butler brilha, em um dos seus melhores momentos na carreira, na explosiva "Speak Truth To The People", e nas baladas "Melinda (Vocal)", "Love Is" e "Tank's Theme" - mas o destaque mesmo, são as faixas instrumentais, como "Part III", com um sensacional groove de clavinete, a recheada de sítara "Melinda Latino", e mais "Music For Tank's Boat", "I Can't Let You Go", e "The Blues (Dope Pusher's Theme)", completam esta imperdível trilha.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Noel Rosa

Como pedido de um parceiro, não se pode negar, pesquisei na Internet algumas coisas da vida e obra de Noel Rosa - Poeta da Vila, que viveu apenas 26 anos e foi um dos maiores compositores brasileiros. No vídeo, tocando com o Bando de Tangáras, do qual faziam parte os igualmente históricos Almirante e Braguinha, Noel está com o violão à esquerda.

Primeiro filho de seu Manoel e dona Marta de Medeiros Rosa, Noel veio ao mundo em 11 de dezembro de 1910, no Rio de Janeiro, RJ, em parto difícil - para não perderem mãe e filho, os médicos usaram o fórceps para ajudar, o que acabou causando-lhe a lesão no queixo, que o acompanhou por toda a vida.

Franzino, Noel aprendeu a tocar bandolim com sua mãe - era quando se sentia mais importante, lá no Colégio São Bento. Sentava-se para tocar, e todos os meninos e meninas paravam para ouvi-lo extasiados. Com o tempo, adotou o instrumento que seu pai tocava, o violão.

Magro e debilitado desde muito cedo, dona Marta vivia preocupada com o filho, pedindo-lhe que não se demorasse na rua e que voltasse cedo para casa. Sabendo, certa vez, que Noel iria à uma festa em um sábado, escondeu todas as suas roupas. Quando seus amigos chegaram para apanhá-lo, Noel grita, de seu quarto: "Com que roupa?" - no mesmo instante a inspiração para seu primeiro grande sucesso, gravado para o carnaval de 1931, onde vendeu 15000 discos!

Foi para a faculdade de medicina - alegria na família - mas a única coisa que isso lhe rendeu foi o samba "Coração" - ainda assim com erros anatômicos. O Rio perdeu um médico, o Brasil ganhou um dos maiores sambistas de todos os tempos.

Genial, tirava até de brigas motivo de inspiração. Wilson Batista, outro grande sambista da época, havia composto um samba chamado "Lenço no Pescoço", um ode à malandragem, muito comum nos sambas da época. Noel, que nunca perdia a chance de brincar com um bom tema, escreveu em resposta "Rapaz Folgado" (Deixa de arrastar o seu tamanco / Que tamanco nunca foi sandália / Tira do pescoço o lenço branco / Compra sapato e gravata / Joga fora esta navalha que te atrapalha) . Wilson, irritado, compôs "O Mocinho da Vila, criticando o compositor e seu bairro. Noel respondeu novamente, com a fantástica "Feitiço da Vila". A briga já era um sucesso, todo mundo acompanhando. Wilson retorna com "Conversa Fiada" (É conversa fiada / Dizerem que os sambas / Na Vila têm feitiço) . Foi a deixa para Noel compor um dos seus mais famosos e cantados sambas, "Palpite Infeliz". Wilson Batista, ao invés de reconhecer a derrota, fez o triste papel de compor "Frankstein da Vila" , sobre o defeito físico de Noel. Noel não respondeu. Wilson insistiu compondo "Terra de Cego". Noel encerra a polêmica usando a mesma melodia de Wilson nessa última música, compondo "Deixa de Ser Convencido"

Noel era tímido e recatado, tinha vergonha da marca que trazia no rosto, evitava comer em público por causa do defeito e só relaxava bebendo ou compondo. Sem dinheiro, vivia às custas de poucos trocados que recebia de suas composições e do auxílio de sua mãe. Mas tudo que ganhava era gasto com a boemia, com as mulheres e com a bebida. Isso acelerou um processo crônico pulmonar que acabou em tuberculose.


Texto de Carô Murgel, disponível em:http://www.mpbnet.com.br/musicos/noel.rosa/

Discografia disponível em: http://sombarato.blogspot.com/search/label/Noel%20Rosa

sábado, 14 de junho de 2008

Beto Strada - Bacalhau (BACS) - 1976

Beto Strada, um dos mais experientes compositores brasileiros de trilhas sonoras, é autor de mais de 40 trilhas para filmes de longa-metragem, vinhetas e temas para diversas peças de teatro e programas de televisão, além de vastíssima produção de jingles e trilhas para comerciais de rádio e TV.

Em 1976, Strada compôs a trilha sonora do filme Bacalhau (BACS), uma bizarra adptação do filme Tubarão - uma comédia. As músicas mesclam em sua maioria, jazz-funk de primeira, como em "Tema de Ana", "Guitarra", "Passo de Ceci" e "Um Fado, Um Chorinho para o Bacalhau", com marchas divertidas e executadas por um competente grupo de músicos, reunidos pelo compositor e que são: Luiz Villar (teclados, arranjos), Fernando Belém (bateria, percussão), Bidinho (piston, sax, arranjos), Ivan (baixo), José Carlos (guitarra), Aécio Flávio (piano, modalidades), Luiz Roberto (baixo, guitarra acústica) e Tranka (baixo).

Resenha da revista Veja sobre o filme:

De todas as paródias brasileiras a grandes sucessos de bilheteria dos anos 70, a mais lendária é sem dúvida a nossa recriação de Tubarão, batizada sarcasticamente de Bacalhau ou Bac´s - só para tirar uma onda com o título original do filme do Spielberg (Jaw´s).

Um monstro marinho espalha o pânico entre os moradores de uma pacata cidade do litoral paulista. Depois que uma série de cadáveres (ou melhor, esqueletos) são encontrados na praia, o prefeito decide reunir esforços e caçar (quer dizer, pescar) o bicho. Um oceanógrafo português consegue descobrir que o monstro é na verdade o terrível Bacalhau da Guiné e usa pedaços de discos da Amália Rodrigues para atrair a criatura marinha.

Em diversas cenas do filme, aparece escrito na cauda do animal um incisivo made in Ribeirão Preto, cidade onde se localiza a firma de material náutico responsável pela construção da engenhoca, toda de fibra de vidro. “Apenas a cauda foi feita de cortiça, para uma mobilidade maior”, explicou um técnico. Na concepção inicial, alias, o bacalhau deveria ser movimentado por figurante Escondido no interior. “Só que ninguém teve coragem de permanecer lá dentro, devido à falta de ar”, comenta Adriano Stuart. “Mas até em uma superprodução como Tubarão o mecanismo eletrônico andou falhando. Por isso não me incomodo em dizer que o nosso peixe movimenta-se com finíssimos cabos de aço e fios de náilon”. Problemas mais grave enfrentou Stuart durante as filmagens. Ele e o mecânico bacalhau jamais chegaram a um entendimento harmonioso. Numa das sequências, por exemplo, o peixe deveria passar perto do barco de seus perseguidores. “Mas ele teimava em não obedecer ao comando. A certa altura, desisti de esperar, alterei o aquinaum, nadei até onde estava o bicho e matei o bacalhau a murros mesmo”.

(Veja, 26/05/1976)

O Fabuloso Fittipaldi (1973)

Com composições assinadas pelos irmãos Valle, Marcos e Paulo Sérgio, e magistralmente executadas pela banda Azymuth, que adotou esse nome durante a gravação por sugestão dos compositores e faz seu primeiro registro fonográfico, a trilha desta película, editada pela Phongram/Phillips, com temas cheio de groove e entremeados com os depoimentos do filme, é realmente surpreendente.

O filme "O Fabuloso Fittipaldi",
dirigido por Hector Babenco, é um documentário de longa-metragem centrado no piloto bi-campeão de Fórmula 1, Emerson Fittipaldi, que mostra os treinos e as corridas, mas também o cotidiano do ídolo, sem ser o homem máquina, junto a família e à esposa Maria Helena.

Jamelão

Morreu na madrugada deste sábado (14) Jamelão, intérprete e presidente de honra da escola de samba Estação Primeira de Mangueira.

Jamelão tinha 95 anos e estava internado na Clínica Pinheiro Machado, no Rio de Janeiro, desde a última quinta-feira. Segundo nota da assessoria da Mangueira, o falecimento ocorreu às 4h da manhã por infecção grave.

José Bispo dos Santos, conhecido como Jamelão, nasceu em 12 de maio de 1913. Menino no morro da Mangueira, conviveu com os fundadores e os primeiros componentes da escola. Conheceu ainda na infância os primeiros componentes da Mangueira, e integrou a bateria da escola tocando tamborim. Logo aprendeu cavaquinho e passou a cantar em gafieiras, influenciado principalmente pelo estilo de Cyro Monteiro. Em 1945 participou do programa "Calouros em Desfile", comandado por Ary Barroso, interpretando "Ai, que Saudades da Amélia", de Ataulfo Alves e Mário Lago. A partir daí conseguiu trabalhos no rádio e em boates, participando também como crooner da Orquestra Tabajara de Severino Araújo, com quem excursionou à Europa. Consagrou-se principalmente como cantor de samba, emplacando sucessos como "Fechei a Porta" (Sebastião Motta/ Ferreira dos Santos), "Leviana" (Zé Kéti), "Folha Morta" (Ary Barroso), "Não Põe a Mão" (P.S. Mutt/ A. Canegal/ B. Moreira), "Matriz ou Filial" (Lúcio Cardim), "Exaltação à Mangueira" (Enéas Brites/ Aluisio da Costa), "Eu Agora Sou Feliz" ( com Mestre Gato), "O Samba É Bom Assim" (Norival Reis/ Helio Nascimento) e "Quem Samba Fica" (com Tião Motorista). Nos anos 50 começou a atuar como puxador de samba-enredo para a Estação Primeira de Mangueira, tornando-se uma referência obrigatória no gênero. É o maior intérprete dos sambas-canções doloridos de Lupicínio Rodrigues - seu cantor preferido e com manteve estrita amizade, como em "Esses Moços", "Ela Disse-me Assim", "Torre de Babel", "Quem Há de Dizer", "Sozinha" e "Exemplo". Gravou dois LPs dedicados à obra do compositor gaúcho, acompanhado pela Orquestra Tabajara do maestro Severino Araújo: "Jamelão Interpreta Lupicínio Rodrigues" (1972) e "Recantando Mágoas - A Dor e Eu" (1987). Outro de seus álbuns igualmente importante é "Aqui Mora o Ritmo", com arranjos dos maestros Nelsinho, Astor e Guio de Morais, lançado pela Continental em 1962.














quarta-feira, 11 de junho de 2008

Clarence Wheelr And The Enforcers


O saxofonista de Chicago (EUA) Clarence Wheeler, registrou em 1970 pela Atlantic, o seu primeiro álbum intitulado Doin' What We Wanna, que mudou as bases do jazz com seu groove venenoso e completado por um incrível som de órgão - que fez história no funk. A banda The Enforcers era formada por Sonny Burke (órgão), Sonny Covington (trumpete e cowbell), George Hughes (bateria) e Judy Clay, Jackie Verdell e Cissy Houston - mãe de Whitney Houston (vocais). Gravaram petardos como as clássicas "Right On" e "Hey Jude", as funkeadas "Sham Time" e "Doin' What I Wanna" e pérolas como "Theme From Eletric Surfboard" e "Dream Bossa Nova", discoteca básica do fã de groove.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Blow Up - 1966 (Herbie Hancock)

Trilha do "cult" Blow Up, dirigido por Michelangelo Antonioni e estrelado por Vanessa Redgrave, Sarah Miles e David Hemmings. A música em questão foi composta magistralmente por Herbie Hancock, indiscutivilmente um dos grandes nomes da música, que com jazz e blues, conduz o ouvinte a uma viagem musical sessentista.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Lalo Schifrin - Trilhas sonoras

Lalo Schifrin, maestro, pianista, arranjador e compositor argentino, mestre das trilhas sonoras de fimes, criou temas famosos como por exemplo, o de Missão Impossível. Com um carreira brilhante, indicado mais de 21 vezes ao Grammy, do qual levou quatro prêmios. Schifrin gravou dezenas de álbuns, aqui coloco três discos do quais particularmente gosto muito e acredito que representam bem a evoluçao sonora do maestro.

The Liquidator (1965), não é um de seus melhores álbuns, mas já tem seu estilo em canções como "The Killer", "Carry On" e na bossa "Boysie's Bossa" - em duas versões, a faixa título é interpretada por Shiley Bassey.

Bullitt (1968), clássico filme estraldo por Steve McQueen. Um soberbo álbum, uma mistura perfeita de funk, pop, bossa e jazz. Onde cena e música se confundem em composições como "Bullitt", "Room 26", "On the Way To San Mateo" e "Shifting Gears".

Enter The Dragon (1973), trilha do filme que mostrou a Hollywood, o que realmente poderia ser uma película de ação com kung-fu, e com Lalo Schifrin no auge, trabalhando em uma mistura de matérias-primas, com guitarras, baixo evolutivo e ritmos de groove tão rápido como o mover das mãos de Bruce Lee na tela. O álbum faz parte da discoteca básica das trilhas sonoras dos anos 70, e merece toda a atenção que tem sido dado a ela ao longo dos anos. Títulos incluídos no clássico: "Theme From Enter The Dragon", mais "Bamboo Bird Cage", "The Monk", "Han's Island", "The Big Battle" e "The Fly Man".



Four80East

Four80East é um projeto dos produtores canadenses Rob DeBoer (piano, guitarra, baixo, programação) e Tony Grace (bateria, programação), com a proposta de uma sonoridade que faça a ponte entre o jazz e a eletrônica - com muito groove e arranjos elegantes, uma perfeita música para o chill-out. Com quatro álbuns lançados, The Album (1997), Nocturnal (2001), Round 3 (2002) e seu mais novo e excelente trabalho, En Route (2007). O duo é considerado um dos mais importantes da cena "Smooth Jazz", conforme a revista Jazz Times, e somente em outubro de 2003, fez sua estréia ao vivo, na Ilha Catalina durante o Jazztrax Festival.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

J. T. Meirelles

Homenagem ao saxofonista, arranjador e compositor João Theodoro Meirelles, mais conhecido como J.T. Meirelles, ícone do samba-jazz, que morreu nesta terça-feira (3), em seu apartamento, no Rio, aos 67 anos, com problemas no estômago.

Meirelles iniciou sua carreira profissional aos 17 anos de idade, tocando saxofone no conjunto de João Donato. Em seguida, mudou-se para São Paulo (SP), onde atuou com o pianista Luís Loy. De volta ao Rio de Janeiro, formou o grupo instrumental Copa 5, com o qual se apresentou no Bottle's Bar do Beco das Garrafas (RJ) e composto por músicos de alto calibre, todos ligados à bossa nova: Luiz Carlos Vinhas, Dom Um Romão, Manoel Gusmão e Pedro Paulo. Foi a formação que criou o conciso "O Som" (64), com seis clássicos instrumentais de Meirelles.

Tinha apenas 23 anos quando fez para o primeiro disco do então Jorge Ben, "Samba Esquema Novo" (1963), alguns arranjos, entre eles o de "Mas que Nada" e "Chove, Chuva", os primeiros sucessos de Benjor e das músicas brasileiras mais gravadas no mundo. Em entrevista ao Estadão, Meirelles falou de seu arranjo mais famoso, para a canção Mas Que Nada. "É como em New York, New York. Você ouve aquilo e já sabe o que vem", comparou.

Em 65, o conjunto original já estava disperso, o que o moveu a congregar uma nova equipe (da anterior, só restara Gusmão) para elaborar o menos autoral "O Novo Som". Os novos Copa 5 eram Eumir Deodato, Edison Machado, Roberto Menescal e Waltel Branco.

Meirelles contou que procurava ter sempre a mesma "atitude ingênua" que tinha aos 20 anos em relação à música. "Não tínhamos som, luz, mídia, mas ainda assim era a música que a gente gostava de fazer. Tinha consciência de que a palavra jazz tinha ligação direta com a cultura americana. Foi o veículo em que aprendi a tocar e a me desenvolver como músico. Hoje a minha preocupação é fazer as coisas cada vez mais simples e com mais brasilidade, mas sem desviar daquilo que já vinha fazendo."

Em 2001 a Dubas relançou seus primeiros álbuns, O Som (1964) e O Novo Som (1965). Coincidiu com a redescoberta do samba-jazz por uma nova geração de músicos e ouvintes. "Essa redescoberta me surpreendeu porque continuo fazendo a mesma coisa de sempre. Durante 30 anos não levava a sério a música instrumental, não achava que se podia viver disso, pior ainda com uma conotação jazzística", avalia. No ano seguinte, veio o inédito Samba Jazz!!, também pela Dubas "Quando decidi fazer isso de novo, minha primeira atitude foi refletir sobre os instrumentistas que assumiram posições de artistas. Músico toca de tudo, mas como artista você tem de se definir". Em 2005, lançou o CD "Esquema Novo" e como o título deixava claro, mostrar que estava sempre se renovando.

Fontes: site Folha e Estadão

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Curumin - Japan Pop Show

Curumin (Luciano Nakata), multi-instrumentista, cantor e compositor brasileiro, lançou neste ano o álbum "Japan Pop Show" - lançado pelo selo YB, aqui no Brasil e nos EUA pela Quannum, seu segundo trabalho, recheado de participações nacionais e internacionais como Marku Ribas, B. Negão, o skatista Tony Guerrero e os rappers do Blacklicious e Lateef.

São treze temas, que passeiam pelos ritmos brasileiros e outros gêneros - como o soul e o dub, com o acompanhamento da banda The Aipins, destaque para as faixas "Dançando no Escuro" - com um groove sombrio, "Kyoto", "Fumanchú", "Esperança" e "Compacto", fazendo a ponte São Paulo-São Francisco-Tóquio.


Leia mais sobre Curumin em:

YB news
Globo

Tony Camillo (Bazuka)

Compositor, produtor e arranjador americano. Trabalhou em muitas gravações de soul e disco music nos anos 60 e 70, para artistas como Gladys Knight & The Pips, Millie Jackson, The Stylistics, The Three Degrees, Bob James, Stevie Wonder, Martha Reeves, Parliament e muitos outros.

Fez parte do time de produtores da Motown, em seu auge, participou de trilhas sonoras de filmes e comerciais, ganhou um Grammy com a canção "Midnight Train To Georgia", interpretada por Gladys Knight, em 1973, e fundou o seu próprio estúdio - T.C. Studio e a Venture Music Group, em 1994, atuando como CEO.

Dynomite, seu álbum-solo é uma "pedra", lançado em 1975, é um disco raríssimo e foi dividido em dois volumes sem muitas diferenças, mas o primeiro é mais soulful e o segundo é mais funky. Tony Camillo organizou uma banda de apoio sob sua regência e a chamou de Bazuka
. Destaque para as faixas: "TC's Inferno", "Side Dish", "Shark Bite", "Walkin' Tall" e a balada "I'm Gone Love Lovin You". (agradecimentos ao Viça que indicou este disco)

terça-feira, 3 de junho de 2008

Hélio Matheus

O versátil Hélio Matheus, carioca (05/07/1940), compositor e violonista - que aprendeu com seu pai, como a maioria, começou tocando em bares e boates da noite. A composição "Comunicação" defendida por Vanusa no Festival da Música Popular Brasileira, em 1969 é seu primeiro trabalho de expressão, posteriormente gravado por Elis Regina, mas foi com um balanço da pesada, a música "Camisa 10" em parceria com Luis Vagner, que lhe rendeu maior prestígio.

Contratado pela RCA, registra seu primeiro LP, o antológico Helio Matheus (1975), que tem a participação luxuosa do grupo Azymuth, Márcio Montarroyos, Oberdan Magalhães, Luis Vagner, entre outros, num total de 128 músicos. "Foi o mais caro da RCA brasileira até então. Tem dezenas de músicos, orquestras, nem coube todos os nomes na ficha técnica", segundo Matheus em entrevista à Revista Bizz, de agosto de 1999. Deste trabalho, uma mescla de samba soul com baladas, destacam-se faixas como a clássica "Kriola", a divertida "Briguenta" e "Marraio".

Gravou pouco e já não grava nada há muitos anos, são apenas um LP, nove compactos e um CD, faz apresentações eporádicas e atualmente mora em São Paulo.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Sensuàl - Salve (2008)

A banda holandesa Sensuàl foi fundada em 2003, e no ano seguinte estrearam em disco, lançando o trabalho "Acústico", que fez com que se apresentassem em alguns dos maiores festivais de jazz da Europa, como o conceituado North Sea Jazz.

Em 2008, lançam seu mais novo registro, o disco "Salve" - Foreign Media Music, com belos arranjos, para um estilo de som descrito no site do conjunto como um "Brazilian Jazz'n'Grooves", e tudo emoldurado bela belissíma voz da cantora Eva Kieboom, que canta e compõe em português.

Boas canções como "Tique", a balada "Saudade", as suingadas, "Quero Pirar" e "Salve Soul", a bluesamba "Verão em Amsterdam" e a releitura de "I Can´t Help It" de Michael Jackson (Off The Wall), fazem com que este disco do quinteto holandês, seja bom para dançar e relaxar.