O carioca João Nogueira sempre foi fiel ao samba e as suas representações, no disco Vida Boêmia (Odeon, 1978) não é diferente, e conta com todos os ingredientes para o mais puro e verdadeiro samba, como a malandragem, as amarguras amorosas, a fé, as homenagens aos grandes compositores e a poesia, e vale também o registro pelo belissímo projeto gráfico do vinil, a foto da capa com o cantor em primeiro plano e os arcos da Lapa ao fundo, é muita clássica. O álbum começa com a música-título "Vida Boêmia", que discorre sobre a saga de perambular entre os bares da cidade, "Anoiteceu/outra vez vou sair/andar por andar/sem ter onde ir...A minha vida boêmia de bar em bar/é o meu amor sem paz/por um amor vulgar...Do Lama's ao Capela/e da Mem de Sá/passo no bar Luís/e no Amarelinho é que eu vou terminar." Na seqüência, as divertidas "Moda da Barriga" - "Na Globo o galã vai ser o Jô/na Tupi, veja o senhor/vai ser o Sérgio Cabral/na lista dos mais elegantes/as presenças mais contantes/do Tim Maia e o Imperial" e "Baile no Elite", a ecológica "As Forças da Natureza", as crônicas amorosas em "Bate-Boca", "Amor de Fato" e "Maria Rita", a canção "Bela Cigana" tem a participação da cantora Clara Nunes, e para fechar, a carta de Noel Rosa, musicada por João em "Ao Meu Amigo Edgar". Os músicos deste trabalho são: Wilson das Neves (bateria), Luizão (baixo), Dino (violão 7 cordas), Cláudio Jorge e Geraldo Vespar (violão), Manoel do Cavaco e Neco (cavaco), Luna, Elizeu, Marçal e Oswaldo (ritmo), Gordinho (surdo), Maurílio (piston), Roberto Nascimento (guitarra), Ronaldo (flauta), Joel do Bandolim (bandolim), Airton Lima Barbosa (fagote), Aurino (sax), Pareschi (violino solista), Netinho (clarinete), Nelsinho (trombone) e Dinorah, Eurídice, Zenilda, Genaro, Stênio Barbosa, Regina e Mariazinha (coro). Um timaço!!!
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