sábado, 13 de junho de 2009

Carlos Lee – Bossa Maximus (1965)

O desconhecido cantor Carlos Lee, de quem não se encontra quase nenhuma informação a seu respeito, pois pesquisei e encontrei apenas o release do selo inglês Whatmusic, que relançou seu único e obscuro álbum chamado Bossa Maximus (Musidisc, 1965), uma vez que em seu volume original, a contracapa somente apresenta anúncios de outros títulos da gravadora. Apesar dos paupérrimos dados, este é um primoroso trabalho musical e acredito que por ter sido distribuído pela Musidisc, seja um registro coordenado por Nilo Sérgio com Ed Lincoln nos arranjos (?). Carlos Lee com sua voz agradável e natural nos apresenta doze sambas, ora mais sutis, ora cheias de balanço com fraseados “jazzísticos”, sua única composição é o afro-samba “Zulu”, que juntamente com “Rei do Kilombo”, “Canto do Boiadeiro” e “Capoeira de Oxalá”, do compositor Luis Carlos Sá, falam de miséria, de luta e de dor e fazem parte das suas canções de protesto intelectual, tão emergentes por aqueles tempos. Já “Meu Rio” de Cezar Costa Filho, canta as belezas da cidade e a minha preferida “Amando Estou” de Luiz Sergio Pacce e Tranca, que conta com um esmerado tema de Hammond, mais “Cantiguinha” de Sergio Bittencourt, “Mensagem” de Durval Ferreira e Regina Werneck, o antigo samba “Subúrbio Triste” de Newton Chaves, “Você Me Conquistou” de Newton Pereira e José Pereira Junior e as melancólicas baladas, quase bossa valsas “Quarta Feira” de Tranca e a esplêndida “Disseram” de Tito Madi, são sobre amores perdidos, saudosos, descontraídos ou simplesmente encantadores. A banda de apoio com bateria, percussão, baixo, piano, vibrafone, flauta e sax, produz a atmosfera certa sem soar extravagante e infelizmente não se sabe o nome dos instrumentistas e mais, na foto da capa, o cantor em um barco com o morro da Urca ao fundo é inteiramente Bossa Nova!

Nenhum comentário: