Jackson Conti - Sujinho (2008)

Sujinho é um álbum de um projeto inusitado e muito bom musicalmente, chamado Jackson Conti, que é a junção dos sobrenomes de Madlib, Otis Jackson Jr. - produtor musical, com muitos alter-egos, e Conti, de Ivan Conti - baterista do lendário grupo Azymuth.

Muitas das músicas do disco, são clássicos brasileiros: "Berimbau", "Casa Forte" e "Upa Neguinho", que se misturam em um repertório cheio de surpresas como em: "Papaya" e "Brazilian Sugar", com arranjos onde a percussão de Ivan se encontra com as batidas e efeitos de Madlib, sempre com o apoio de intrumentos bem colocados, incluindo, piano, flauta, sax e violão.

O resultado final é uma sonoridade com muitas referências, derivado da mistura de jazz/ funk com música brasileira e recheado pelo talento dos dois músicos em uma moderna concepção, que vale a pena ser conferida.

Luiz Chaves

Luiz Chaves, um dos contrabaixistas mais importantes da música brasileira, natural de Belém do Pará, nasceu em 27.08.1931 e faleceu em São Paulo no dia 22.02.2007.

Membro fundador em 1964 do Zimbo Trio, que acompanhou Elis Regina, Jair Rodrigues e Elizeth Cardoso, entre outros, também excursionaram pela Europa, Estados Unidos e Japão, e gravaram mais de quarenta discos. Participou de gravações de trilhas de filmes e jingles, foi diretor musical de peças de teatro e com seus demais colegas do grupo, fundaram em São Paulo (1973) a CLAM (Centro Livre de Aprendizagem Musical).

Em 1963, antes disso tudo acontecer, Luiz Chaves lançou pela RGE (reeditado pela Som Livre, 2006), o LP "Projeção", que considero um dos melhores discos de bossa instrumental, principalmente pelos seus arranjos suingados, como em "Berimbau", "Tim Dom Dom", "Miss Balanço", "Estamos Aí", enfim todas as 12 músicas são de alta qualidade. Esse vinil eu comprei há alguns anos atrás, em um sebo aqui em Porto Alegre pelo preço de R$ 5,00?!, jogado no chão, empoeirado, quando cheguei em casa e coloquei na vitrola, pirei com essa sonoridade jazzística da bossa nova de Luiz Chaves.

Marku Ribas

Conhecido pelo seu clássico "Zamba Ben", Marku Ribas que nasceu em Pirapora (MG) com o nome de Marco Antonio Ribas, é um músico completo, pois canta, compõe e toca violão e percussão.

Andou pelas rodas pós-bossa do Rio em 1968, e depois foi morar na ilha caribenha da Martinica, onde trouxe quando voltou ao Brasil em 1972, novas sonoridades em seu repertório, como o reggae. Da mistura de ritmos como afro-sambas e funk à caribenha, gravou seus primeiros LP's para a Copacabana/Beverly, com a companhia e os arranjos do maestro Erlon Chaves e de João Donato. Lançou mais discos pela gravadora Phillips, como Barrankeiro (1978) e Cavalo das Alegrias (1979), em 1984 atuou como baterista do clipe "Just Another Night" de Mick Jagger e no ano seguinte tocou percussão no disco Dirty Work dos Stones.

Reverenciado pelas novas gerações, sendo regravado e sampleado por nomes como Clube do Balanço e Marcelo D2, continua na ativa e quebrando tudo.

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Dorothy Ashby

Dorothy Ashby, harpista americana (06/08/1932 - 13/04/1996), uma das poucas mas grande instrumenstista de jazz, adaptou a harpa ao jazz, obtendo grande sucesso com seu estilo diferenciado.

Cresceu no meio musical, seu pai era guitarrista e estudou música, mais precisamente piano na Wayne State University em Detroit, para logo depois, no começo dos anos 50, iniciar sua carreira profissional tocando piano em night clubs e posteriormente introduzir a harpa, instrumento de música clássica, no cenário do jazz. Tocou com Louis Arsmtrong e Woody Herman e tinha seu próprio trio, no qual realizavam vários shows. No final dos anos 60, gravou com Bill Whiters que a recomendou a Stevie Wonder, e que acabou resultando em várias sessões de gravações com outros artistas mais populares, dando notabilidade a sua carreira.

Registrou mais de dez LP's para vários selos como Savoy, Argo, Prestige e Atlantic - os aqui postados com um surpreendente e suingado repertório. O rapper Common sampleou uma de suas músicas no seu novo disco.











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Os Brasas

Conjunto formado no começo dos anos 60 no bairro Partenon em Porto Alegre, com o nome de The Jetsons, alcançou muito sucesso na época da Jovem Guarda, mas com o nome que ficaram mais conhecidos: Os Brasas.

Na capital gaúcha, começaram no progama "Parque Infantil" de Waldemar Garcia, na TV Gaúcha e por volta de 1966, desembarcaram em São Paulo, onde gravaram um compacto e continuaram suas participações em programas de televisão como o famoso "O Bom", apresentado por Eduardo Araújo e produzido por Carlos Imperial na extinta TV Excelsior e integraram a Banda Jovem do Maestro Peruzzi.

Em 1968 sai o único LP, lançado pela Continental/Musicolor e inédito em CD. Um disco de rock, com pitadas de psicodelia, algumas baladas românticas e letras alegres. O grande sucesso não veio e a banda que tinha os integrantes: Luis Vagner (vocal e guitarra), Anyres Rodrigues (guitarra), Franco Scornavacca (baixo) e Eddy (bateria), acabou no ano seguinte. Luis Vagner, segue com carreira musical sólida até hoje e Franco gravou alguns discos de samba-rock e atualmente é um bem-sucedido empresário musical.

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Liverpool

Formada no final dos anos 60 no bairro do IAPI, zona norte de Porto Alegre, a banda Liverpool, registrou um único, psicodélico e essencial álbum.

Com uma sonridade que aproximava o tropicalismo brasileiro com o rock inglês, Por Favor Sucesso, editado pelo selo Equipe em 1969, com reedição lançada pelo selo alemão Shadock Music, que inclui o EP da trilha sonora do filme Marcelo Zona Sul - gravado pela banda. Destaco as faixas "Planador", uma bossa-rock, "Paz e Amor" - viva o rei Pelé, viva a cabeleira do Zezé...., a recheada de guitarras distorcidas "Olhai os Lírios do Campo", a irreverente "Por Favor Sucesso", a mutante "Cabelos Varridos" e as baladas "Blue Haway" e "Você Gosta".

O grupo era integrado por Mimi Lessa (guitarra), Edinho Espíndola (bateria), Fughetti Luz (vocal), Pekos (baixo) e Marcos Lessa (guitarra base), com a dissolução da banda, alguns dos componentes formaram anos mais tarde outra banda importante no cenário musical porto-alegrense, a Bixo da Seda.

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Primo

João Antônio Peixoto Primo, mais conhecido apenas como Primo, nasceu em Rio Grande (RS), em uma família de músicos. Na infância tocava arcodeom, mas depois influenciado por sua mãe, iniciou-se no piano, instrumento que acabaria tocando por toda a sua vida.

Entre 1958 e 1962 liderou o Conjunto Flamingo, que se apresentava por todo estado do Rio Grande do Sul e que tinha como crooner, a adolescente Elis Regina, na época inciando sua carreira. Em 1966 deixou seu emprego e sua estabilidade de bancário e partiu de navio com Agostinho dos Santos para Inglaterra ver a Copa e a desclassificação brasileira, mas em compensação começou a levar a carreira de artista a sério. Em temporada na Riviera Francesa em 1967, com a orquestra do flautista Copinha, embalou Grace Kelly no tradicional baile de Le Petit Blanc, reunindo toda a monarquia européia. A convite do então presidente Médici, em dezembro de 1972, se tornou maestro oficial do Itamaraty e animou diversas festas e recepções do governo, mesmo após trocas de regime e presidentes. Uma das histórias mais curiosas aconteceu em 1983, no governo Figueredo, quando tocou As Time Goes By e o ex-presidente americano Ronald Reagan quebrou o protocolo e foi cantar com a orquestra.

Registrou 25 LP's e 4 cd's, se apresentou em mais de 40 países, encantou comitivas presidenciais de várias nacioanlidades em 50 anos de carreira, escrevendo uma bela trajetória musical, interrompida com seu falecimento em 2002.













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